Os homens cresceram ouvindo expressões violentas tais como: “seja forte”, “não seja uma meni-ninha”, “homem não chora”. Violência em forma de ideias; conceitos que formaram toda uma mentalidade, a cultura do machão. É este o cenário que persiste na sociedade: um jeito equivocado de como devem ser os homens. Homens que se constroem por meio da negação dos sentimentos. A negação de tudo o que não for considerado como “supostamente” masculino resulta na violência ao feminino, a fim de manter a virilidade e o padrão social de masculinidade. A “mitologia” por trás dessas masculinidades é o macho, moldado num estereótipo tóxico, que produz posturas errôneas, inadequadas e agressivas. O macho, por exemplo, acredita que não pode dispensar mulher nenhuma, que deve estar sempre pronto ao sexo ou que tudo deve ser resolvido na brutalidade. Poder, controle e propriedade são aspectos hegemônicos que compõem um lugar ocupado pelos homens, mas, na realidade, revelam outra realidade, a da tristeza, soli-dão, abandono e medo. Muito embora o ideal masculino ainda seja perseguido pela maioria dos homens, a desconstrução desse tipo de masculinidade já está em curso, com a consequente saída de cena do macho. É neste contexto que apresentamos o conceito de Alexitimia, isto é, a dificuldade em reconhecer os senti-mentos; e faremos isso nos debruçando sobre os estudos das masculinidades hegemônicas e tóxicas.