Por NATÁLIA EIRAS DA UNIVERSA
A publicitária Rafaela Caslow, 32, de São Paulo (SP), decidiu entrar na justiça para retificar seu nome e gênero assim que teve coragem de mexer numa poupança engordada a muito suor, e tirar R$ 6 mil de uma vez só. Na época, 2017, o STF ainda não havia interferido na questão.
Rafaela vivia há quatro anos com a aparência feminina, mas com um nome de homem no RG o dia a dia era torturante. “Os porteiros do meu prédio, por exemplo, que não sabiam que eu era transgênero, não entendiam quando chegavam para mim correspondências com o nome masculino”, diz Rafaela.
Ela teve que fazer a retificação no modo antigo, por meio de ação judicial. “Contratei uma advogada que executou todos os trâmites burocráticos. Foram precisos, entre incontáveis documentos, laudos médicos, psiquiátricos e três cartas de pessoas que fizessem parte da minha rotina para atestar que eu sou transgênero”, conta a publicitária. O documento ficou pronto seis meses depois.
Ao colocar as mãos no novo RG, ela sentiu “alívio”. “Finalmente, não me sentia como uma indigente”, desabafa. A pessoa transexual, pela experiência de Rafaela, costuma ser e sentir excluída. “As pessoas olham torto, não fazem questão de te tratar pelo prenome que você quer”. E, com o novo RG e certidão de nascimento, ela sente que lhe “deram a dignidade de pertencer à sociedade”. “Agora sinto que sou uma cidadã, não uma aberração.”
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